Veja como coxinhas, empadinhas, risoles e até o “bolovo” estão ganhando novos status nas mãos de grandes chefs
Se ainda tem gente que torce o nariz para coxinhas, empadas e risoles porque acha isso baixa gastronomia, e que acredita que servir esse tipo de petisco em algum evento é cafona, precisa rever os conceitos. Atualmente, alguns chefs reconhecidos internacionalmente têm apostado na revitalização das chamadas comidas de boteco -salgados geralmente fritos, ou assados, que ficam em exposição nas estufas, em cima dos balcões.
Um dos primeiros a dar a devida importância a um bom salgadinho é Alex Atala. Assim como ele fez há alguns anos com ingredientes brasileiros, que antes eram considerados de menor valor e atualmente estão super na moda, ele também mirou nos nossos salgadinhos tradicionais. No Mercadinho Dalva e Dito, em São Paulo, uma vitrine exibe coxinhas e bolovos -aquele salgado frito, recheado de carne com um ovo de codorna no meio. Quer mais “comida de boteco” que isso?
A coxinha, aliás, também foi reinventada pela chef Morena Leite, do Capim Santo. Chamada coxinha chique, ela leva massa de batata doce e recheio de faisão em vez da batata e do tradicional frango desfiado. Chique, não é? Ainda na galeria dos “salgados gourmet”, várias casas apostam nos quibes recheados com amêndoas, nozes e outros ingredientes que realçam a tradição árabe e dão um toque especial ao prato.
E não é só por aqui que os salgados estão sendo redescobertos. Em Portugal, o estrelado chef José Avillez -um dos mais famosos do país- mantém a Empadaria do Chef. Além das empadas, que têm sabores como a de vitela com espinafre e de frango thay, também são servidos pastéis, croquetes e risoles (inclusive em uma versão com camarão).
Com tantos profissionais renomados dando atenção a essas receitas, não há dúvidas de que, em pouco tempo, elas vão ganhar status de especiarias!
